Análise Ergonômica do Trabalho contrapõe com uma rotina de trabalho intensa e repetitiva que tende a ocasionar danos à saúde e ao bem-estar do trabalhador, da mesma forma como levantar peso de maneira errada,por exemplo.
Por isso, de modo a evitar possíveis doenças no ambiente de trabalho, torna-se necessário
implantar medidas preventivas identificadas a partir da Análise Ergonômica do Trabalho
(AET), que costuma ser abordada por empresas de medicina e segurança ocupacional.
Investir na saúde dos trabalhadores deve ser, sem dúvida, um dos pontos mais importantes
e estratégicos para qualquer empresa.
O bem-estar e a saúde no ambiente de trabalho são fatores que estão diretamente ligados
ao desempenho produtivo, redução de desperdícios, à segurança do trabalho e a uma
maior qualidade de vida dos trabalhadores.
A AET visa estudar a adequação dos ambientes de trabalho às características
psicofisiológicos de trabalhadores e funcionários, prevenindo riscos à sua saúde, de modo a
cumprir todos os requisitos vinculados à NR 17.
A esse respeito, a NR 17 é a Norma dedicada a ergonomia, que segundo o item 17.1:
“visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente”.
A NR 17 não determina quem deve elaborar e assinar a análise ergonômica, por isso, este
é um dos assuntos que geram dúvidas e discussões.
No entanto, uma Nota Técnica do Ministério do trabalho deu luz a ideia de que o
profissional que tem as habilidades necessárias para elaboração da AET é o que possui
especialização (formação) na área de ergonomia.
Apenas a partir da década de 1990, do século passado, que começou a ser mais
empregada, graças, principalmente, à publicação de uma nova versão da Norma
Regulamentadora 17, oriunda das matérias de segurança e saúde do trabalhador, no Brasil.
Anteriormente restrita a conselhos sobre como levantar e carregar pesos, ela passou a
incluir mais quatro itens: o mobiliário de trabalho, algumas condições dos ambientes de
trabalho, os equipamentos de trabalho e, a maior novidade, a organização, para efeito da
norma, incluía o “conteúdo do trabalho”, os “modos operatórios”, as regras e tempos de
trabalho.
Sem dúvida, a ergonomia é um assunto bastante em voga nos últimos tempos.
Isso acontece não apenas pelos resultados que consegue alcançar, quando bem aplicada e
utilizada, mas principalmente pela conscientização e sensibilização que vem sendo
abordada nas mais diversas áreas de estudo e pesquisa.
Diante desse quadro, podemos dizer, basicamente, que adaptar o trabalho ao homem é o
objetivo primário da ergonomia.
No entanto, por trás disso, existem inúmeras vantagens que o uso da ergonomia
contribui para a sua vida.
Dentre elas, está o aumento da qualidade de vida e saúde do trabalhador e o consequente
aumento de sua produtividade em qualquer que seja a tarefa a ser realizada.
A consequência da ergonomia bem aplicada é a eficiência dentro de um sistema. Porém,
não é o seu objetivo final, pois visa, em primeiro lugar, a saúde, segurança e satisfação do
trabalhador.
Desse modo, é possível perceber o quão importante é a ergonomia nas organizações,
sejam elas empresas, indústrias, comércios e serviços.
Também existem as casas e lares, escolas, creches, igrejas e afins, que mesmo não
configurando uma situação de trabalho remunerado, demandam tarefas e atividades a
serem desenvolvidas.
Existe a interação entre o homem e o sistema de realização da tarefa. Dessa forma,
podemos afirmar que qualquer que seja o trabalho ou atividade realizado pelo homem, seja
esse remunerado ou não, pode, de alguma maneira, ser beneficiado com a aplicação da
ergonomia.
Dentro dessa perspectiva, entendemos que a ergonomia precisa ser aplicada com sucesso,
sendo necessário o uso da análise ergonômica do trabalho, em que se estuda o posto na
totalidade e verifica-se o que pode ser aprimorado, buscando o melhor para o trabalhador.
A análise ergonômica do trabalho possui como objetivo levantar os dados ergonômicos nos
postos de trabalho onde são executadas as atividades, visando analisar os agentes
ergonômicos peculiares às atividades desenvolvidas.
Comumente, a elaboração da análise se faz a partir do método de observação visual e
anamnese no posto de trabalho, onde os dados coletados devem ser estudados e
transformados em relatórios, onde constarão algumas considerações e constatações, que
corrigidas, irão melhorar substancialmente as condições ergonômicas na realização das
tarefas.
Para tanto, pode-se considerar aspectos relacionados às características do local, os
agentes ergonômicos observados, as medições de iluminância e ruído, além da observação
dos seguintes tópicos:
Levantamento, transporte e descarga individual de materiais:
● Transporte manual de cargas por trabalhadores cujo peso seja suscetível a
comprometer a sua saúde e segurança;
● Transporte manual de cargas, que não as leves, deve receber treinamento quanto
aos métodos de trabalho que deverá ser utilizado;
● Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte
manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior
àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde e segurança.
Mobiliário dos postos de trabalho:
● Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura
do assento;
● Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização;
● Ter características dimensionais que possibilitem o posicionamento e a
movimentação adequados aos segmentos corporais.
Equipamentos dos postos de trabalho:
● Ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação
frequente do pescoço e fadiga visual;
● Ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a
utilização do papel brilhante ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento;
● Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à
iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos e proporcionar corretos
ângulos de visibilidade ao trabalhador;
● O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-
lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
● Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
Condições ambientais do trabalho:
● Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada no INMETRO;
● Índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus
centígrados);
● Velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
● Umidade relativa do ar não inferior a 40% (quarenta).
Organização do trabalho:
● As normas de produção;
● O modo operatório;
● A exigência de tempo;
● A determinação do conteúdo de tempo;
● O ritmo de trabalho;
● O conteúdo das tarefas;
● Pausas para descanso;
● Quando o retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a
15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos
níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.
Por esses e outros motivos, é que a Análise Ergonômica do Trabalho não se trata apenas
de um levantamento dos possíveis problemas presentes nas relações “trabalho e
trabalhador”.
Vai, além disso, ela é uma ferramenta de gestão para a manutenção da saúde e segurança
do colaborador, valorizando, também, a sua eficiência produtiva.
Como você já deve ter notado até aqui, a Análise Ergonômica do Trabalho permite uma
visão geral e completa das atividades laborais de sua empresa, sugerindo melhorias
específicas para cada problema identificado.
A realização das melhorias traz impactos diretos à satisfação dos trabalhadores e a
diminuição da rotatividade e absenteísmo. Além disso, a AET contribui com a melhoria no
desempenho das funções e produtividade da empresa.
Através da AET é possível otimizar os processos de trabalho, uma vez que um ambiente
não adaptado às condições psicofisiológicas do trabalhador irá interferir diretamente na sua
capacidade de produção e cognição.
As normas regulamentadoras são de observância obrigatória pelas empresas. Dessa forma,
conforme preconizado pela NR 17 – Ergonomia, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho nos termos da referida norma.
Por conseguinte, com o estudo e implantação de melhorias no ambiente de trabalho, será
significativa a redução de passivos trabalhistas, tendo em vista que a empresa atuará na
prevenção primária do desenvolvimento de doenças ocupacionais, além dos acidentes de
trabalho.
Não somente, como consequência direta na redução das doenças ocupacionais, podemos
destacar a redução nos afastamentos, uma vez que o objetivo da ergonomia é promover
saúde, conforto e segurança ao funcionário, que poderá exercer suas atividades com
tranquilidade.
Vale destacar que os afastamentos também geram altíssimos custos para a empresa, pois
geram redução na equipe de trabalho reduzindo a produtividade, além de gerar gastos
adicionais com indenizações, por exemplo.
Por isso, está muito claro que a Análise Ergonômica do Trabalho é um procedimento
indispensável para a própria organização do trabalho e para evitar que os funcionários
sejam expostos a riscos ergonômicos.
Nesse quesito, a Qualis, empresa de medicina e segurança do trabalho, localizada em
Belo Horizonte, possui como vertente a abrangência de assuntos diretamente relacionados
à Análise Ergonômica do Trabalho.
Nós entendemos a importância de estar diariamente atento a essas questões nos diferentes
contextos, pois falar sobre o bem-estar costuma sempre ser um consenso social, afinal,
todos prezamos pela nossa saúde, seja no âmbito coletivo ou individual.
Sendo assim, que tal compartilhar as informações contidas nesse artigo com outras
pessoas que também possuem alguma curiosidade sobre o assunto?
Difundir informação segura também é qualidade de vida!